quarta-feira, 21 de abril de 2010



Estava eu em mais um dos meus devaneios...
Sem chegar a muitas conclusões, mas saboreando os momentos e dúvidas internas que insistem em perseguir e aproveitar a distração da mente sã.
Eis o devaneio.
Forma perfeita de libertação de todos os males. É o que penso.
Não tento, por estas linhas retas de pensamentos distorcidos, ludibriar ser vivente algum, mas há de se concordar com uma verdade universal...
O devaneio a que me refiro veio num segundo onde minha mão não necessitava riscar incessantemente o papel com a caligrafia fina, pequena e, como eu bem gostaria, indecifrável.
Foi num piscar de olhos que meus assuntos inacabados atingiram e dominaram o restinho do meu consciente racional.
Em questão de segundos eu senti o arrepio na pele, o fechar de olhos que antecede um momento memorável...
Numa explosão multidirecional, como uma supernova, preenchendo todos os espaços da minha vastidão e também do pequeno cômodo onde estava.
Veio de repente, sem mais avisos, conduzindo-me a lugares de beleza única, jamais passíveis a tradução para outros sentidos humanos que não os meus.
Foi ela que me conduziu.
Ela que me preencheu quando estava a caminhar perdida pelas galerias que possuo num mundo só meu, valendo-me de todo o individualismo e também do livre arbítrio para caminhar por onde quiser.
Foi ela e é só o que me resta dizer.
Embalando-me a alma em suas frequências de onda alternadas, formando vibraçoes em cordas e tecidos vivos. Soando suave e ainda assim vital tal qual o bater de um coração.
Foi ela e é só.
...A Música...
E então percebi.
Estava eu em mais um dos meus devaneios...